2 de Abril de 2007

A vontade de escrever vem de longe.
As desculpas para o fazer são de agora (ou talvez não).

Quantas vezes nos apetece gritar, deitar para fora o que cá dentro nos mói?
Ou então, simplesmente comentar uma imagem, um odor, um som… Dizer alto e bom som o que nos vai no pensamento, sem ter ninguém ao pé que nos olha de canto e se interroga se os fusíveis estarão em ordem.

Um Blog? E porque não?

Descobri que ter um blog à minha responsabilidade é das coisas que mais me satisfaz, que mais prazer me dá – vê-lo crescer, vê-lo embelezar-se, vê-lo apreciado por quem aqui passa, que sem me conhecer, me descobre em cada palavra, em cada olhar. Sem pressões, sem prazos, sem temas definidos. Simplesmente o meu olhar e os meus sentimentos que em linhas se entrelaçam.

No outro dia cruzei-me com este poema. Não era novo, mas a recordação da música fez-me procurá-lo, conhecê-lo melhor. E foi então que me descobri nestas notas, pois é no silêncio que escrevo estas palavras, e no meio de tanta gente que as apresento, porque estas palavras “São a história d'aquilo que sou”!

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou
Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou


Maria Guinot: Silêncio e tanta gente

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